segunda-feira, 27 de junho de 2011

Palestra: N. Senhora na Vida da Família


   MARIA                                     
      NOSSA FAMÍLIA
MISSÃO:
Vocação              
E A Nossa Vocação?    
Ter fé
Espiritualidade                         
E A nossa Vivência da  fé?
Viver a fé
Solidariedade                           
Como exercemos o amor?
Expandir a fé
Discipulado                               
Somos discípulos?
Profética
Família Sagrada                      
 Em que nos espelhamos?
Sacerdotal
Ma.–Rainha da Família       
 Devoção: amar
Real-Pastoral








ABERTURA

Falar em Maria e seu envolvimento com a família é algo muito especial. Cada ação que conhecemos da nossa querida Mãe é um ensinamento. São exemplos perfeitos sobre os quais devemos refletir mais para podermos conduzir melhor nossas famílias.
A nossa devoção a Ela se baseia no amor. E amar a Maria é fazer o que Ela deseja e evitar o que lhe desagrada. Quem ama se volta para a pessoa amada, alegra-se e está disposto a tudo por quem ama. E amar Maria faz com que cresçamos na humildade e na confiança em Deus.

1.O MISTÉRIO DA ANUNCIAÇÃO

Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”(Lc.1,38). Partindo do “SIM” confiante de Maria, relativamente à encarnação de Jesus Cristo, contemplamos o mistério da Anunciação, um dos mais importantes da nossa fé.
“Não temas Maria, pois encontrastes graças diante de Deus!” Juntamente com a anunciação, queremos lembrar, também, o mistério divino e humano, que é a nossa vocação. Eis o elemento essencial da vocação, não temer, seja para o sacerdócio, para a vida, para uma missão, para uma profissão, para o matrimônio, ou para a maternidade, porque o temor que sempre acompanha o ser humano precisa ser superado, e nisto seremos ajudados como aconteceu com Maria.

2.  FÉ E ESPIRITUALIDADE 

Seguindo os passos de Maria na visita a sua prima Isabel, percebemos o modo de sua espiritualidade rica e prática. É sentimento puro e verdadeiro. É algo que vem de Deus.
Com essa espiritualidade, a pessoa se torna sensível, positiva, otimista, encantadora, hospitaleira e ama incondicionalmente. Sai de si, vai ao encontro, provoca o encontro.
 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se agitou no ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. E com grande grito exclamou:
Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar. Bem aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu”.
Assim falou Isabel, respondendo a saudação de Maria. São palavras inspiradas pelo Espírito Santo (Lc 1,41) e focalizam a virtude principal de Maria: A FÉ, vivida numa profunda espiritualidade.
 A situação de mãe não beneficiaria em nada se não tivesse gerado Cristo no coração mais que no corpo. Não era fácil acreditar que Deus pudesse assumir a forma humana e morar entre nós(Jo.1,14). Maria acreditou neste projeto de Deus, que parecia impossível.
Nós, casais cristãos, também somos chamados para a mesma atitude de fé que leve a olhar, corajosamente, além das possibilidades e limites humanos. E que a exemplo de Maria, tenhamos sempre uma fé forte e solidificada.
Naquela visita, da parte de Maria, ocorre a exaltação do belo cântico conhecido como Magnificat. (Lc. 1,39-56). “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador; porque atentou na humildade de sua serva; pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão Bem - aventurada, porque me fez grandes coisas o Poderoso; E Santo é o Seu Nome. E a sua misericórdia é de geração em geração sobre os que o temem. Com o seu braço agiu valorosamente. Dissipou os soberbos no pensamento dos seus corações. Depôs do trono os poderosos, e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos, e despediu vazio os ricos. Auxiliou a Israel, seu servo, recordando-se de sua misericórdia, como falou a nossos pais, para com Abraão e sua posteridade, para sempre.”
 Com o Magnificat Maria mostra que tinha uma verdadeira e bela espiritualidade. A consciência social de Maria é impressionante. Ela sabia que “Deus ouve os gemidos dos humilhados e os temores dos angustiados”. Para ela, tais pessoas serão exaltadas em tempo oportuno, enquanto os poderosos serão derrubados do seu trono.
 Os que pisam e oprimem perderão seu domínio. Não se sustentarão. Maria é consciente das injustiças humanas, mas não instiga a violência, não encoraja o ser humano a fazer justiça com as próprias mãos. Ela entrega essa tarefa a Deus.
A mulher que iria educar o filho que se tornaria uma fonte de luz para os povos não podia ter uma espiritualidade dogmática, radical, rígida. Era uma religiosidade diferente da religiosidade de sua época, inclusive de espiritualidades de gerações futuras.
Na grande experiência de Maria vale a sensação de doação, da compreensão, da oração, até do martírio. Não tem espaço para o egoísmo, para ao individualismo, para o relativismo, para os interesses pessoais, que são chagas destruidoras da harmonia familiar nos tempos atuais.
 Maria nos mostra os alicerces de uma autêntica espiritualidade libertadora, dentro dos valores do evangelho. Numa vida conjugal que respeita, que é sensível, que é fiel, que perdoa, onde existe o diálogo, a oração, a meditação,  a reflexão sobre a palavra de Deus, a comunhão de vida totalmente tomada pelo amor  incondicional.

3.MARIA – MODELO DE AMOR E SOLIDARIEDADE

O comportamento de Maria na festa de casamento de Caná da Galiléia, quando ela se preocupou com a família dos noivos com a falta de vinho, e, ao procurar seu filho Jesus, provoca a ocorrência do primeiro milagre, a transformação de água em vinho, quando determina: ”Fazei tudo o que Ele vos mandar”, nos diz muito.
Bem como já vimos na visita a Isabel, porque ela estava grávida de seis meses e precisava de ajuda, vem nos mostrar que da fé e da esperança nasce o amor para com o próximo. Toda a existência humana tem seu valor pela qualidade deste amor.
Maria é nosso modelo na solidariedade que deve nos comprometer no engajamento em favor do próximo, seja envolvendo familiares, vizinhos, amigos e todos os que passam necessidades, pois a caridade não tem limites

4. MARIA – PRIMEIRA DISCÍPULA DE JESUS

Na vida de Maria em plena obediência ao plano de Deus, conforme ela mesma falou: “Faça-se  em mim conforme a tua palavra”, Maria apresenta-se como a primeira discípula, a primeira seguidora de Cristo.
O próprio Jesus confirma isto quando é informado da presença de sua mãe e outros parentes que estão a sua procura. Ele exclama: Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos, e Ele mesmo responde: Todo aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.(Mt.12, 46-50). Quem mais do que Maria fez a vontade do Pai?
Outra passagem contida em Lucas cap. 11, 27-28, apresenta uma mulher que diz em alta voz: “Feliz o ventre que te carregou, e os seios que te amamentaram”. Ao que Jesus responde: “Mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática”. Quem mais do que Maria ouviu a Palavra de Deus e a pôs em prática?
Certamente não foi fácil para Maria ser Discípula de Jesus. Basta pensar que este caminho passa pela morte do Calvário. E Maria acompanhou seu Filho no caminho do Gólgota, e esteve como Mãe dolorosa, junto a Ele ao pé de sua cruz.
Estava certo Simeão quando afirmou a Maria no Templo quando da consagração de Jesus no Templo em Jerusalém: “Eis que este menino vai ser causa de queda e elevação de muitos em Israel. Ele será sinal de contradição. Quanto a você, Maria, uma espada há de atravessar-lhe a alma (Lc.2,34-35).

5. A SAGRADA FAMÍLIA E A NOSSA FAMÍLIA
A sagrada família é proposta pela Igreja como modelo de toda família cristã. Primeiramente, pela supremacia de Deus profundamente reconhecida na casa de Nazaré.
Deus está sempre em primeiro lugar, tudo lhe é subordinado! O sofrimento é abraçado com profundo espírito de fé. Vêem em cada circunstância a manifestação de um plano divino, embora muitas vezes envolto em mistério.
Quando a vida de uma família é inspirada em semelhantes princípios, tudo corre em perfeita ordem. A obediência a Deus e às suas leis leva os filhos a honrarem os pais, estes a amarem-se e compreenderem-se mutuamente e a quererem bem aos filhos, educando-os em um clima de amor e confiança.
 O Evangelho põe em relevo a inconfundível fisionomia espiritual da Sagrada Família. Maria e José ao apresentarem Jesus no Templo, mais do que cumprir uma formalidade segundo a lei judaica, renovaram a Deus a oferta de sua submissão.
Em nossos dias são muitos os fatores que condicionam a vida familiar, podendo eventualmente distorcer a educação e formação dos filhos. Vemos o materialismo que tenta afogar a fé, tornando ídolos o poder, o dinheiro e o prazer. Corrompendo as pessoas e destruindo progressivamente a fortaleza das famílias.
As famílias católicas são chamadas assim, a transmitir aos seus membros mais novos uma fé eclesial que os diferencie como cristãos católicos. Os casais têm, por isso, uma particular responsabilidade perante a Igreja.
 Responsabilidade cada vez mais difícil de levar a diante, num contexto social e cultural que promove a indiferença religiosa ou apresenta o ateísmo como atitudes “sensatas” e “esclarecidas”

6. MARIA – RAINHA DA FAMÍLIA

Deus quis entrar na história por meio de uma família. Maria só pode ser considerada Rainha por que deu à luz o Rei dos reis. E a Virgem Maria, sendo a Mãe da Igreja, seja também a Mãe da “Igreja doméstica”.
 Ser Igreja-Família significa viver no lar as três grandes características do todo batizado: ser profeta, sacerdote e pastor.
Ser profeta no lar significa cultivar a Palavra de Deus. A Igreja-família lê, medita, partilha e pratica a palavra. Não basta ter devoção à Palavra, deixando a bíblia aberta em um Salmo qualquer. É preciso ler.
Ser Profeta no Lar é educar os filhos na fé. Os esposos prometem isso no dia do seu casamento. Não basta mandar os filhos para a catequese. É preciso, desde pequenos, ensinar-lhes as primeiras orações, levar o filho à Igreja, rezar em casa.
Ser Sacerdote no lar é torná-lo um lugar de orações.  Há momentos mais fortes de oração em família. A noite de Natal é um deles. Não basta trocar presentes. É preciso sentir Deus presente. Se a família é cristã, como o Natal pode ser pagão? Em algumas famílias a ceia de Natal em peru e árvore... Tem até Papai Noel. Nem sempre tem presépio e, pior, às vezes falta uma breve oração.
Em nossas casas se reza antes das refeições? E quando morre um familiar, o que se faz no velório? Famílias que são Igreja tiram um tempo para rezar algumas dezenas do Rosário.
Ser Pastor – Servidor no lar é tornar a Igreja Família num espaço da Pratica do Amor. Um espaço da prática do serviço entre seus membros.  Pai e mãe são pastores deste pequeno rebanho. A primeira e principal Pastoral de todo marido e mulher é em sua própria casa.    
Ser profeta – significa cultivar a palavra de Deus no Lar – Educar os filhos na fé;
Ser sacerdote –  torna o lar local de orações – diariamente e momentos fortes;
Ser pastor -  torna o lar local de amor e serviço – primeira pastoral

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Pastoral do Batismo - Sugestões de Palestras 3 - Compromisso


PASTORAL DO BATISMO
Terceira Palestra – COMPROMISSO DOS PAIS E PADRINHOS
Este tema deverá ser trabalhado envolvendo:
1.  Dificuldades que envolvem a família
2.  A família como educadora;
3.  A família e as virtudes morais;
4.  A família e a sociedade;
5.  A família formadora da Igreja;
6.  A família como Igreja Doméstica;
7.  A família precisa conhecer melhor e participar costumeiramente da Santa Missa.
1.  DIFICULDADES QUE ENVOLVEM A FAMÍLIA
     A realidade atual é que muitas famílias são:
1.  Constituídas com extrema precariedade;
2.  Homem e mulher não traçam um projeto de vida conjugal e familiar;
3.  O vínculo que une os esposos é muito frágil;
4.  Não existe consciência do que vem a ser paternidade e maternidade;
5.  Não se tem consciência da missão da família de ser Igreja doméstica;
6.  Nem sempre se tem clareza a respeito da colaboração que a pequena célula deve dar à sociedade;
7.  Muitas vezes não conhecemos nem as virtudes morais que devemos vivenciar e ensinar aos nossos filhos.
REALIDADES  DO  CASAL
*          Constata-se o despreparo e a imaturidade para uma verdadeira opção pela vida a dois e, portanto, para a formação da família;
*          Falta a consciência sobre o que significa “assumir compromissos”;
*          Casais jovens têm grande dificuldade de elaborar um projeto de vida conjugal e familiar;
*          Prevalece a cultura do descartável, do “ficar”, da emoção, da improvisação;
*          Falta a vivência de uma espiritualidade conjugal;
*          Falta o diálogo na convivência conjugal e familiar;
*          Os adolescentes e jovens não estão sendo formados para o compromisso conjugal e familiar;
REALIDADE  DE PAIS E FILHOS
*    Filhos que nascem e crescem sem a presença e a referência paterna, contando apenas com a mãe;
*    Pais que não conseguem educar os filhos com liberdade, responsabilidade e com os respectivos limites;
*    Filhos que são obrigados a crescer em ambientes de violência, nos quais os pais se agridem por palavras e até fisicamente. Quando não, os próprios filhos são vítimas da violência e abuso no seio da própria família;
*    Muitas famílias cristãs têm dificuldade em transmitir aos filhos os ensinamentos e os valores da vida cristã e comunitária;
*    Muitos pais, por motivo de trabalho, de competitividade, etc, se ausentam da educação de seus filhos, deixando que sejam formados por empregadas domésticas, ou apenas no ambiente escolar.
A FAMÍLIA E A FÉ
As famílias enfrentam, em nossos tempos, dois grandes desafios no campo da fé:
*   O PLURALISMO RELIGIOSO - presente, principalmente nas grandes cidades. Na família, esse fenômeno se manifesta de duas maneiras: duas religiões diferentes no casal; filhos que seguem orientação religiosa diferente dos pais, ou vice-versa;
*   O INDIFERENTISMO RELIGIOSO - casais que não têm prática religiosa, situações em que, além de ser indiferente, uma parte faz oposição aberta à prática do outro. Há casos em que os filhos não encontram nos pais, apoio e estímulo para uma vida de fé e compromisso religioso;
FAMÍLIAS E OUTRAS FAMÍLIAS
*   Nenhuma família consegue viver só. Toda família depende de outras. Para formamos a sociedade, precisamos de outras pessoas, para trocar amizade, para trabalhar, conviver, relacionar-se com os outros, para nos divertir, etc...
*   Algumas famílias desenvolvem o espírito de boa convivência, cultivando valores como: Hospitalidade, solidariedade, prestação de serviços aos vizinhos etc. Porém, percebe-se que muitas famílias preferem viver isoladas. Defendem o que é seu, evitam o convívio e preferem uma tranqüilidade egoísta.

2.  A  FAMÍLIA  COMO EDUCADORA

A família é uma sociedade natural, que existe antes do Estado ou de qualquer outra comunidade, e constitui a célula básica da sociedade, representando a base do desenvolvimento social, devendo abrir-se a outras famílias e à sociedade, assumindo assim a sua tarefa social;

A família, não é uma criação de uma determinada época humana, mas patrimônio de todas as idades e civilizações. E sendo lugar de humanização, é na família que, através da educação, o ser humano cresce como pessoa, devendo estar em comunhão com outros seres humanos, fazendo-lhes a doação de si mesmo. Humanizando-se;
 
A família é muito mais que uma unidade jurídica, social e econômica:
1.  Família é vida;
2.  Família é transmissão de valores;
3.  Família é educação;
4.  Família é solidariedade;
5.  Família é estabilidade;
6.  Família é futuro;
7.  Família é amor.

FAMÍLIA É VIDA;

A família é o local  onde se transmite, se cuida e se valoriza a vida de cada ser humano. Onde se ver muito claramente o caráter insubstituível de cada pessoa.
 FAMÍLIA É TRANSMISSÃO DE VALORES

É na família onde cada pessoa aprende a dar sentido à sua existência, ao mesmo tempo em que vai aprendendo e levando à prática as virtudes morais, pois a família constitui o âmbito humano onde a pessoa se desenvolve melhor.
 Na família aprendem-se os critérios, os valores e  normas de convivências essenciais para o desenvolvimento e bem-estar dos seus próprios membros e para a construção da sociedade: liberdade, respeito, sacrifício, generosidade, solidariedade;

FAMÍLIA É EDUCAÇÃO

A família é a primeira educadora. É no seio da família onde se transmite a vida cultural e o modo de ser de um povo. Sem as famílias todo o sistema educativo seria carente;

A família é vital para as crianças. É a sua primeira referência e, portanto, o seu primeiro espaço educativo. As crianças necessitam referências para viver, e é a família o lugar onde se formará a sua personalidade: Imitando os seus pais. É uma referência estável baseada no amor recíproco.
 FAMÍLIA É SOLIDARIEDADE
A família é o lugar de encontro das diferentes gerações e onde são ajudadas a crescer na solidariedade e no compromisso, e onde se aprende a harmonizar os direitos individuais com o resto dos requisitos da vida social.
Na mesma, vai-se conhecendo a história através do diálogo com os pais e os avôs, o diálogo entre gerações, de singular importância.
 
FAMÍLIA É ESTABILIDADE

Presentemente, a família passou a ser o núcleo de estabilidade para os seus membros com problemas de desemprego, doença, marginalidade ou alguma outra dependência, amortecendo os efeitos dramáticos que esses problemas ocasionam. A família é hoje em dia o primeiro núcleo de solidariedade social;

FAMÍLIA É FUTURO

A família é garantia de futuro, é uma comunidade que, ao mesmo tempo, é estável e dinâmica, que assume e transmite os valores de uma sociedade civil determinada. É no seio da família onde se começa a forjar a integração de cada indivíduo na sua comunidade nacional, assegurando a subsistência do povo ao que o indivíduo pertence.

 FAMÍLIA É AMOR

Porque, em definitivo, a família é, antes do mais, uma comunidade de amor e de solidariedade, insubstituível para o ensino e transmissão dos valores (culturais, éticos, sociais, espirituais) essenciais para o desenvolvimento e bem-estar dos seus próprios membros e da sociedade.
É o âmbito humano onde se vive com maior intensidade a entrega desinteressada aos que, pela sua própria condição, esperamos menos compensações: as crianças e os idosos. Esta entrega é um fator de humanização e solidariedade imprescindível para a própria vida social.

3.  A FAMÍLIA E AS VIRTUDES MORAIS
 Sobre este assunto precisamos, no mínimo, observar os seguintes itens:
[1] o que é a virtude?
[2] quais são as virtudes?
[3] em que consistem essas virtudes?
[4] porque é bom para uma pessoa ter essas qualidades?
O que é a virtude?
Segundo o Catecismo da Igreja Católica: Virtude é uma disposição habitual e firme de fazer o bem.
A habitualidade é importante. A virtude da honestidade, por exemplo, não é possuída por alguém que diz a verdade apenas ocasionalmente ou quando isso lhe é vantajoso.
Procuramos pessoas por razões diferentes, e isto tem implicação nas virtudes relevantes.
[1] Quando procuramos um mecânico de automóveis, queremos alguém habilidoso, honesto e consciencioso;
[2] Ao procurar um professor, queremos alguém com conhecimentos, fluente e paciente.
Assim, as virtudes associadas à reparação de automóveis são diferentes das virtudes associadas ao ensino.
Mas também avaliamos as pessoas enquanto pessoas, de uma forma mais geral, pelo que temos não apenas o conceito de um bom mecânico ou de um bom professor, mas de uma boa pessoa.
Quais são as virtudes?
Podemos começar pelas virtudes mais excelentes que são:
As virtudes teologais:
 Fé, esperança e caridade, que se referem diretamente a Deus, concedidas no momento do batismo.
*   A é uma virtude sobrenatural pela qual, apoiados na autoridade de Deus, cremos nas verdades que Deus revelou e a Igreja nos ensina;
*   A esperança é uma virtude sobrenatural pela qual confiamos que Deus nos dará a glória mediante sua graça e nossa correspondência a ela;
*   A caridade é uma virtude sobrenatural pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas - por quem é - e ao próximo por amor a Deus.
Virtudes Morais
As virtudes morais aperfeiçoam o comportamento do individuo. Podem ser adquiridas ou infusas por Deus.
As principais virtudes morais - chamadas também cardeais – já que são como fundamentos das demais virtudes, são:
 A prudência, a justiça, a fortaleza e a temperança.
Em que consistem as virtudes cardeais?
Prudência
A prudência é a virtude que nos ajuda a escolher. Traz o discernimento.
O lema dela é: fazer o que é certo, na hora certa, no lugar certo.
A Prudência, iluminada pela nossa Fé e ajudada pela graça santificante, nos leva a escolher os atos bons que são o caminho da nossa salvação.
 Jesus fala no Evangelho: «Eis que vos mando como ovelhas no meio de lobos. Sêde, pois, prudentes como a serpente e simples como as pombas.».
Justiça
A justiça é a virtude que nos inclina a dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido, tanto individual como socialmente.
É a virtude da justiça que forma as bases do 7º, do 8º, e do 10º, mandamento da Lei de Deus. Não podemos furtar, nem levantar falso testemunho, nem cobiçar as coisas alheias, pois todos esses atos ferem a virtude da justiça, entre outras.
Como filhos de Deus e tendo recebido a terra como herança, os homens podem possuir suas coisas, sua terra, sua casa, seus objetos, que lhe são necessários para viver e para alimentar sua família. Como nem sempre haverá um acordo entre os homens sobre a possessão desses bens materiais, precisamos exercitar a virtude da justiça. 
E isto também vai envolver atos simples, como quando tomamos emprestado um objeto, a virtude da justiça nos leva a querer devolvê-lo no tempo estipulado, pois sabemos que a pessoa que nos emprestou pode ficar prejudicada se não recebê-lo de volta.
Quando compramos um objeto, é justo que paguemos o seu valor.
Quando assinamos um contrato com alguém, devemos cumpri-lo.
Porém, envolve de forma mais geral a nossa sociedade, já que é impossível olhar o nosso mundo de exclusão e fugir da questão da justiça. A Conferência de Aparecida continua com essa preocupação, que já vem de conferências anteriores.
Não é possível ser cristão sem lutar em favor das pessoas com:
1.  Rostos desfigurados pela fome,
2.  Rostos desiludidos pela falta de emprego,
3.  Rostos humilhados pela falta de moradia,
4.  Rostos assustados pela violência cotidiana 
5.  Rostos angustiados de menores violentados,
6.  Rostos de mulheres ofendidas e humilhadas,
7.  Rostos de idosos maltratados, sem uma vida digna”.
A FORTALEZA
A fortaleza é a virtude que, no meio das dificuldades, assegura a firmeza e a constância para praticar o bem.
A vida do Cristão deve ser um exemplo de fidelidade à lei de Deus, aos seus mandamentos, à natureza humana, com todas as suas riquezas, mas também com todas as suas exigências. Muitas vezes parecerá difícil a realização dos nossos deveres para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo, quando atuamos com acanhamento, dúvidas e covardia. Para que nós tivéssemos mais ânimo neste combate do dia a dia, Nosso Deus nos deu a virtude da Força.
 A Temperança
A temperança é a virtude que refreia o apetite dos prazeres sensíveis e impõe a moderação no uso dos bens criados.
A virtude da Temperança vem completar o quadro das quatro virtudes cardeais. Ela é o freio da nossa alma. A temperança é a virtude pela qual usamos com moderação dos bens temporais, quer eles sejam comida, bebida, sono, diversão, sexo, conforto, etc. Ela nos ensina a usar essas coisas na hora certa, no tempo certo, na quantidade adequada. Ela nos ensina que certos atos são reservados a certas situações.  

E mais algumas:
Afabilidade, Autoconfiança, Autodisciplina, Benevolência, Compaixão, Civilidade, Coragem, Cortesia, Equidade, Generosidade, Honestidade, Lealdade, Moderação, Paciência, Ponderação, Sensatez, Tolerância, a humildade, a obediência, a alegria, a penitência, a castidade. (...)
A lista poderia, naturalmente, ser alargada, adicionando-se outros traços de caráter. Mas isto é um ponto de partida razoável.
Coragem
De acordo com Aristóteles, as virtudes são o meio termo entre extremos: A coragem é um meio termo entre os extremos da covardia e da temeridade — é covarde fugir de um perigo; mas é temerário arriscar em demasia.
Descreve-se por vezes a coragem como uma virtude militar por ser tão obviamente necessária ao desempenho das funções dos soldados. Os soldados vão para as batalhas; as batalhas estão cheias de perigos; logo, sem coragem perdem-se as batalhas.
Mas os soldados não são os únicos que precisam de coragem. Qualquer pessoa (que enfrente o perigo, e em alturas diferentes isso inclui-nos a todos) precisa de coragem.
Coragem é o que todos precisamos no fim da vida, e é constantemente necessária no decurso normal da vida: às mulheres grávidas, a todos nós porque os nossos corpos são vulneráveis, aos mineiros e pescadores e metalúrgicos e caminhoneiros.
Generosidade
A generosidade é a disponibilidade para gastar os nossos recursos no auxílio aos outros. Segundo Aristóteles : situa-se algures entre a avareza e a extravagância. A pessoa avara dá muito pouco; a pessoa extravagante dá demais.    Mas quanto é bastante?
A generosidade não pode prejudicar uma vida minimamente satisfatória a quem é generoso.
Honestidade
A pessoa honesta é, antes de mais nada, alguém que não mente. Mas basta isso? Há, além da mentira, outras maneiras de enganar as pessoas.
Santo Atanásio de Alexandria (exilado 5 vezes – séc.IV – período do arianismo – não aceitavam divindade de Cristo – confirmada no Concílio de Nicéia) remava num rio quando os seus perseguidores apareceram remando na direção contrária: “Onde está o traidor Atanásio?” perguntaram eles. “Não está longe”, respondeu o santo bem-humorado, e passou por eles sem levantar suspeitas.
As pessoas honestas não mentem, e por isso têm de descobrir outras formas de lidar com situações complicadas. Atanásio foi suficientemente esperto para fazê-lo. Disse a verdade, embora de uma forma enganadora.
1. Uma pessoa honesta nunca mente;
2. E, uma pessoa honesta nunca mente, exceto nas raras circunstâncias em que existem razões prementes para fazer.
A nossa capacidade de viver em comunidades depende das nossas capacidades de comunicação. Falamos uns com os outros, lemos os escritos uns dos outros, trocamos informação e opiniões, etc.
Temos de ser capazes de pressupor que há certas regras em vigor: temos de poder confiar que todos falarão com honestidade.
Contudo, nada disto implica que a honestidade seja o único valor importante. A autodefesa é igualmente uma questão importante, especialmente face àqueles que nos fariam mal injustamente. Quando isto entra em conflito com a regra proibindo a mentira, é razoável pensar que tenha prioridade.
Suponha que Santo Atanásio tivesse dito aos seus perseguidores “Não o conheço”, e em conseqüência disso eles o procurariam em vão. Poderiam eles, mais tarde, queixar-se que Santo Atanásio tinha violado a sua confiança? Parece natural pensar que eles comprometeram qualquer direito que pudessem ter à verdade quando iniciaram uma perseguição injusta.
Por que razão as virtudes são importantes?
Dissemos que as virtudes são características de caráter que é bom às pessoas possuírem. Isto apenas levanta a questão adicional de saber por que razão as virtudes são desejáveis. Por que razão é uma coisa boa que uma pessoa seja corajosa, generosa ou honesta? A resposta é claro, pode variar dependendo da virtude particular em questão. Assim:
Ø A coragem é uma coisa boa porque a vida está cheia de perigos e sem coragem não seríamos capazes de lhes fazer frente;
Ø A generosidade é desejável porque algumas pessoas vivem necessariamente em piores condições que outras e necessitam da nossa ajuda;
Ø A honestidade é necessária porque sem ela as relações entre as pessoas correriam mal de múltiplas maneiras;
Ø As virtudes são importantes porque a pessoa virtuosa terá uma vida melhor.
A um nível mais geral, somos seres racionais e sociais que querem e precisam da companhia de outras pessoas. Por isso vivemos em comunidades, entre amigos, família e outros cidadãos. Neste cenário, qualidades como a lealdade, equidade e honestidade são necessárias para interagir harmoniosamente com todas essas outras pessoas.
 A um nível mais individual, as nossas vidas podem incluir trabalhar num determinado tipo de emprego e ter determinados interesses. Outras virtudes poderão ser necessárias para fazer bem esse trabalho ou dedicar-se a esses interesses — a perseverança e a diligência podem ser importantes. Uma vez mais, é parte da nossa condição humana comum que por vezes enfrentemos perigos ou tentações, pelo que a coragem e o autodomínio são necessários.
Dessa forma, mesmo considerando suas diferenças entre povos e épocas, já que não podem ser iguais para todas as culturas, as virtudes têm o mesmo tipo geral de valor: são todas qualidades necessárias para uma vida humana bem sucedida.
B.2.7 Batismo e castidade – Conforme Catecismo da Igreja Católica
§ 2345 A castidade é uma virtude moral. É também um dom de Deus, uma graça, um fruto da obra espiritual. O Espírito Santo concede o dom de imitar a pureza de Cristo àquele que foi regenerado pela água do Batismo.
§ 2348 Todo batizado é chamado à castidade. O cristão "se vestiu de Cristo", modelo de toda castidade. Todos os fiéis de Cristo são chamados a levar uma vida casta segundo seu específico estado de vida. No momento do Batismo, o cristão se comprometeu a viver sua afetividade na castidade.
§ 2355 A prostituição vai contra a dignidade da pessoa que se prostitui, reduzida, assim, ao prazer venéreo que dela se obtém. Aquele que paga peca gravemente contra si mesmo; viola a castidade à qual se comprometeu em seu Batismo e mancha seu corpo, templo do Espírito Santo. A prostituição é um flagelo social. Envolve comumente mulheres, mas também homens, crianças ou adolescentes (nestes dois últimos casos, ao pecado soma-se um escândalo). Se é sempre gravemente pecaminoso entregar-se à prostituição, a miséria, a chantagem e a pressão social podem atenuar a imputabilidade da falta.
4. A FAMÍLIA E A SOCIEDADE
É necessário levar em conta a união entre fé e vida, formando famílias pra o exercício da cidadania e a participação nas organizações, que visam mudanças sociopolíticas e éticas. A família precisa lutar por implantação de políticas sociais que superem situações de injustiças e favoritismos, apoiando uma política de pleno emprego, moradia, valorização do salário, da agricultura, segurança e paz, entre outros.
Tendo em vista as contínuas ameaças à vida através da violência, atingindo, sobretudo pessoas mais fracas, as crianças, os idosos, deve-se questionar: como defender e oferecer a vida, e vida em abundância, a nossos filhos, quando vivemos numa cultura de violência e morte.
5. A FAMÍLIA FORMADORA DA IGREJA
Tornados Filhos de Deus pela regeneração batismal, os batizados são obrigados a professar diante dos homens a fé que pela Igreja receberam de Deus e a participar da atividade apostólica e missionária do povo de Deus.
Já a família cristã está inserida a tal ponto no mistério da Igreja que se torna participante,  a seu modo, da missão de salvação própria da Igreja:  Os cônjuges e os pais cristãos, em virtude do sacramento, têm, assim no seu estado de vida um dom próprio  do povo de Deus.
A família cristã é chamada a tomar parte viva e responsável na missão da Igreja de modo próprio e original, colocando-se a serviço da Igreja e da sociedade no seu ser e agir, enquanto comunidade íntima de vida e de amor.   Assim sendo, a família cristã torna-se formadora da Igreja onde o Evangelho é transmitido, vivido, e donde o Evangelho irradia, atingindo toda a comunidade.
 Como primeira e mais básica comunidade eclesial, na família se vivem e transmitem os valores básicos da vida cristã, como a Fé em Deus, a Oração, a Caridade e as virtudes humanas: Justiça, respeito, honestidade e solidariedade. A Família é formadora de pessoas, educadora na fé e promotora do desenvolvimento social;
Na família é necessário cultivar uma vida de ORAÇÃO e piedade. É certo que cada membro da família possui a sua vida interior. Mas deve existir a vida de piedade própria da família, que deverá ser cultivada pelo casal e, a partir dele, pelos filhos e demais membros que residem no lar;
Em virtude de sua dignidade e missão, os pais têm a tarefa específica de educar os filhos para a ORAÇÃO, de introduzi-los na descoberta progressiva do mistério de Deus e no relacionamento pessoal com Ele. Sendo os pais os primeiros responsáveis pela transmissão dos ensinamentos da fé. A família, portanto, é o primeiro ambiente da catequese.
6.  A FAMÍLIA COMO IGREJA DOMÉSTICA
O Batismo faz o cristão participante da missão Sacerdotal, Profética e Real Pastoral de Cristo, tornando-se novo CRISTO. Faz-nos participar do sacerdócio de Cristo. O Batismo é, por assim dizer, a “Ordenação sacerdotal do Cristão”. Não no sentido da Ordem Sacra ministerial hierárquica, mas do Sacerdócio Comum. Qual é a função do Sacerdote? –Consagrar. Pois bem,
Como Sacerdote, o Cristão deve consagrar toda sua vida e as realidades temporais para Cristo: O Cristão dá um sentido de Fé a esse mundo;
Como Profeta,  O Cristão participa da missão profética de Cristo quando anuncia o Plano de Deus e denuncia tudo o que se opõe a esse Projeto de Deus. Exercendo atitudes ditadas por uma consciência cristã crítica.  Consciência esta que ele procurará passar aos irmãos, ajudando a formar no povo cristão os critérios evangélicos;
Como Pastor, o cristão tem como premissa: SERVIR – obrigação primeira de toda autoridade. Cristo deixou bem claro isto: “EU VIM PARA SERVIR, NÃO PARA SER SERVIDO”. Portanto, o serviço à comunidade é característica do apostolado Cristão.
Deus quis entrar na história por meio de uma família. Maria só pode ser considerada Rainha por que deu à luz o Rei dos reis. E a Virgem Maria, sendo a Mãe da Igreja, seja também a Mãe da “Igreja doméstica”.
Ser Igreja-Doméstica - significa viver no lar as três grandes características do todo batizado: ser profeta, sacerdote e pastor.
Ser profeta no lar significa cultivar a Palavra de Deus. A Igreja-Doméstica lê, medita, partilha e pratica a palavra. Não basta ter devoção à Palavra, deixando a bíblia aberta em um Salmo qualquer. É preciso ler.   Significa educar os filhos na fé. Os esposos prometem isso no dia do seu casamento. Não basta mandar os filhos para a catequese. É preciso, desde pequenos, ensinar as primeiras orações, levar o filho à Igreja, rezar em casa.
Ser Sacerdote no lar é torná-lo um lugar de orações.  Há momentos mais fortes de oração em família. A noite de Natal é um deles. Não basta trocar presentes. É preciso sentir Deus presente.
Se a família é cristã, como o Natal pode ser pagão? Em algumas famílias a ceia de Natal consiste em peru e árvore... Tem até Papai Noel. Nem sempre tem presépio e, pior, às vezes falta uma breve oração.
 Em nossas casas se reza antes das refeições? E quando morre um familiar, o que se faz no velório?  Famílias que são Igreja tiram um tempo para rezar algumas dezenas do Rosário.
Ser Pastor (missão real pastoral)– Servidor no lar é tornar a Igreja Família num espaço da Pratica do Amor. Um espaço da prática do serviço entre seus membros.  Pai e mãe são pastores deste pequeno rebanho. A primeira e principal Pastoral de todo marido e mulher é em sua própria casa.    
Resumindo:
Ser profeta no lar – significa cultivar a palavra de Deus no Lar – Educar os filhos na fé;
Ser sacerdote no lar  significa tornar o lar um  local de orações – diariamente e em momentos fortes;
Ser pastor no lar – significa  tornar o lar local de amor e serviço – lembrando que a  primeira pastoral se realiza no lar.
B.2.16-  Fé e Batismo – Conforme o Catecismo da Igreja Católica
§ 172 Há séculos, mediante tantas línguas, culturas, povos e nações, a Igreja não cessa de confessar sua única fé, recebida de só Senhor, transmitida por um único batismo, enraizada na convicção de que todos os homens têm um só Deus e Pai, São Irineu de Lião, testemunha desta fé, declara:
§ 1226 A partir do dia de Pentecostes, a Igreja celebrou e administrou o santo Batismo. Com efeito, São Pedro declara à multidão impressionada com sua pregação: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para a remissão de vossos pecados. Então recebereis o dom do Espírito Santo" (At 2,38). Os Apóstolos e seus colaboradores oferecem o Batismo a todo aquele que crer em Jesus: judeus, tementes a Deus, pagãos. O Batismo aparece sempre ligado à fé: "Crê no Senhor e serás salvo, tu e a tua casa", declara São Paulo a seu carcereiro de Filipos. O relato prossegue: "E imediatamente [o carcereiro recebeu o Batismo, ele e todos os seus" (At 16,31-33).
§ 1236 O anúncio da Palavra de Deus ilumina com a verdade revelada os candidatos e a assembléia, e suscita a resposta da fé, inseparável do Batismo. Com efeito, o Batismo é de maneira especial "o sacramento da fé", uma vez que é a entrada sacramental na vida de fé.
§ 1253 O batismo é o sacramento da fé. Mas a fé tem necessidade da comunidade dos crentes. Cada um dos fiéis só pode crer dentro da fé da Igreja. A fé que se requer para o Batismo não é uma fé perfeita e madura, mas um começo, que deve desenvolver-se. Ao catecúmeno ou a seu padrinho é feita a pergunta: "Que pedis à Igreja de Deus?". E ele responde: "A fé!".
§ 1254 Em todos os batizados, crianças ou adultos, a fé deve crescer após o Batismo. E por isso que a Igreja celebra cada ano, na noite pascal, a renovação das promessas batismais. A preparação para o Batismo leva apenas ao limiar da vida nova. O Batismo é a fonte da vida nova em Cristo, fonte esta da qual brota toda a vida cristã.
§ 1255 Para que a graça batismal possa desenvolver-se, é importante a ajuda dos pais. Este é também o papel do padrinho ou da madrinha, que devem ser cristãos firmes, capazes e prontos a ajudar o novo batizado, criança ou adulto, em sua caminhada na vida cristã. A tarefa deles é uma verdadeira função eclesial ("officium"). A comunidade eclesial inteira tem uma parcela de responsabilidade no desenvolvimento e na conservação da graça recebida no Batismo.
O QUE SE ESPERA DOS LEIGOS
As leigas e os leigos cristãos são chamados a buscar a santidade no mundo; ao mesmo tempo, é sua missão transformar esse mundo, pois nele devem ser sal, fermento e luz.
O que se espera do Leigo.
*   Espera-se que vivam com entusiasmo seu Batismo. Por serem batizados, são discípulos de Jesus, sãos Seus seguidores. Ele é que os chama a um estilo de vida especial. Ele é que os consagra e os envia para serem Suas testemunhas nos lugares e situações em que vivem. Levando a todos o Evangelho, que é uma alegre notícia, farão nascer a esperança em seus corações.

*   Espera-se que assumam seu lugar no mundo, como pai ou mãe de família, como professor ou agricultor, como comerciante, como político ou industrial, como estudante ou trabalhador. Através dos leigos, é que Cristo quer estar presente no mundo. Ele quer, através dos leigos, amar e servir, construir a justiça e fazer nascer um mundo novo.

*   Espera-se que sejam criativos. Durante séculos, a Igreja viveu profundamente em torno e em função dos Padres. Os sacerdotes assumiram não só seu papel, mas também grande parte do papel dos leigos. E estes se retiraram pacificamente. Melhor: muitas vezes se acomodaram. Passaram a esperar ser convocados ou convidados. Tornaram-se, não raras vezes, executores de tarefas. É preciso mudar esta situação. Aliás,  esta mudança começou já há cerca de trinta anos. A partir dela, cresceu o número de leigos e leigas que participam da vida e das preocupações da Igreja. Basta olhar para qualquer paróquia. Pois bem, este processo deve continuar, envolvendo um número sempre maior de pessoas conscientes de sua dignidade e missão.

*   Espera-se que conheçam melhor sua Igreja para poder servi-la segundo a orientação do Apóstolo Pedro. Para isso, que conheçam mais a Bíblia. Que estudem sua fé, especialmente através do “Catecismo da Igreja Católica” Que descubram as riquezas que a Igreja lhes oferece, especialmente a Palavra de Deus; Os Sacramentos e, particularmente, a Eucaristia; os vários métodos de oração; a missão do Papa; a figura de Nossa Senhora.

*   Espera-se que ajudem as pessoas a redescobrir o valor da oração em família. Também aqui será preciso ser criativo e ter claro, diante de si, o propósito de dar ao Senhor da vida e do tempo um pouco de tempo vivido em família.

*   Espera-se que usem os meios de comunicações para evangelizar. Poderão, assim, chegar a casas e corações que não seriam atingidos por outros meios

*   Enfim, espera-se que tenham um olhar filial para Nossa Senhora. Ela foi uma leiga. Uma leiga mãe de família. Uma leiga inquieta, como ficou demonstrado em sua decisão de visitar Isabel, logo após a Anunciação. Uma Leiga atenta às necessidades dos que a cercavam, como testemunhou em Cana. Uma leiga que rezava a partir da realidade, como percebemos na oração que nos deixou (“Magnificat”). Uma leiga que tinha um grande amor ao Pai, como comprovou com seu gesto de entrega: “faça-se em mim segundo sua vontade!”. Uma leiga que se deixou conduzir pelo Espírito Santo. Uma leiga marcada por uma paixão: tinha um imenso amor por Jesus Cristo, seu filho, seu aluno e, muito especialmente, seu mestre.

7. A FAMÍLIA PRECISA CONHECER MELHOR
E PARTICIPAR COSTUMEIRAMENTE DA SANTA MISSA
MISSA  -  Significa celebração de um mistério. Não podendo ser confundida com outras celebrações. Ela é em especial:  1.Refeição,  2.Sacrifício,  3.Memorial da Paixão.
*   REFEIÇÃO: Foi instituída durante a última Ceia Pascal e como tal permanece. É uma refeição em sentido pleno. Desde o início do cristianismo há clara distinção entre refeição Eucarística e uma refeição comum, embora todas as missas recebessem o nome de fração do pão. Na Fração do Pão, aos discípulos é dado alimentar-se, em primeiro lugar da Palavra de Deus. E em segundo lugar é servido ao cristão o Corpo de Cristo (Jo. 5, 51-58) - Ex: episódio de Emaús - Jesus serve primeiro o Pão da Palavra e depois divide o Pão. Não é uma simples refeição, já que implica fraternidade – exige a presença da comunidade, que reflete suas alegrias, tristezas, problemas e anseios ao se viver a fraternidade e o serviço.
*   SACRIFÍCIO: Na comunhão recebemos o Cristo Sacrificado, não por uma fatalidade, mas sim por ser fiel ao Plano de Deus. Jesus desejou ser sacrificado para o bem da humanidade. Com o seu sangue sela a nova e eterna aliança. Cristo vinculou esta vida de entrega, de sacrifício, à Celebração Eucarística, que se tornou memorial da paixão.

*   MEMORIAL DA PAIXÃO - Instituindo a Eucaristia, Jesus recomenda que ela seja repetida em sua memória-(Lucas 22,19). A Santa Missa foi instituída numa celebração pascal. Os Judeus celebravam a antes a libertação do Egito, fazendo memória daquele acontecimento. Mas a nova Páscoa dos Judeus passou a ser figura de uma nova e definitiva aliança que Deus faria, não mais com um único povo, mas com toda a humanidade. É precisamente por isso que Jesus institui a Missa como memorial. Não se pretende apenas retornar ao passado, ao que aconteceu no Calvário, mas sim, trazer aquele momento forte de graça para o presente e para o futuro, até que se concretize plenamente a obra redentora do Senhor. Onde Jesus se faz presente.

ESTRUTURA DA MISSA
QUAL É A ESTRUTURA DA MISSA?
RESP:  Ritos iniciais, Liturgia da Palavra, Liturgia Eucarística e Ritos Finais.
O QUE COMPÕE OS RITOS INICIAIS?
RESP: Canto, Procissão de Entrada, veneração e beijo ao altar, invocação da Trindade Santa, Saudação (a usual é bíblica), Ato Penitencial, oração ou canto do Glória e conclui com uma Oração, chamada Coleta.(buscam levar os participantes ao cerne da celebração).
*   Procissão de Entrada: Recorda as grandes peregrinações que os Judeus faziam a Jerusalém, por ocasião das principais solenidades. É o retrato da marcha do Povo de Deus para a Terra Prometida, para o banquete celeste. (Se na procissão for introduzida a Bíblia, esta, com destaque, é colocada no altar da Palavra).
*   Ato Penitencial: Pela missa o Cristão entra de modo especial em íntima comunhão com o Senhor. Não podendo confiar nos seus méritos pessoais, abandona-se à misericórdia de Deus, pedindo perdão.
O QUE É E QUAL A IMPORTÂNCIA DA LITURGIA DA PALAVRA?
RESP: É uma das partes essenciais da santa missa. Nela se recebe o pão da palavra, com tudo o que ele é, o que supõe e exige. Deve ser lido com solenidade, em local de destaque:
*   A partir do Concílio Vaticano II (1962 a 1965)  foram estabelecidas 03 leituras numa missa:  1ª. leitura – Antigo Testamento – 2ª. leitura – Novo Testamento (cartas) e a 3ª. uma leitura do Evangelho – Entre a primeira e a segunda também foi colocado a leitura ou canto de um salmo de meditação (Salmo responsorial) está relacionado com a primeira leitura, ou seja, aborda o mesmo tema.
*   Obs: Ao se concluir a leitura do Antigo Testamento e das Epístolas no Novo Testamento, deve-se dizer:  Palavra do Senhor, e a Assembléia responde: Graças a Deus.
*   Antes do Evangelho canta-se o Aleluia, mais conhecido como canto de aclamação ao Evangelho. – Se nas leituras anteriores a Assembléia permaneceu sentada, neste momento todos deverão ficar em pé.
*   A proclamação do Evangelho deve ser feita pelo Presbítero ou por um diácono. Quem o proclamar antes deverá rezar em voz baixa: Ó Deus todo-poderoso, purificai-me o coração e os lábios, para que eu anuncie dignamente o vosso santo Evangelho.
*   Passos: 1.saudação – O Senhor esteja Convosco – resp. Ele está no meio de nós.(como profissão de fé)  2. Anúncio do texto santo a ser proclamado: Evangelho de Jesus Cristo Segundo...(Resp: Glória a Vós, Senhor). 3. Ao se concluir diz-se: Palavra da Salvação – resp.  Glória a Vós Senhor – em seguida o texto é beijado enquanto se reza: que as palavras do Evangelho perdoem os nossos pecados.
*   Obs: A alternância entre leituras, salmos, aclamação, não é só para que a comunidade participe, mas também para haja um clima de diálogo entre o Pai que se manifesta pela Palavra e seus filhos.
*   Homilia – parte da missa que visa explicar, aprofundar as passagens da Escritura, buscando levar a uma conversão de vida.
*   Credo – é uma resposta de fé à mensagem divina. Pode ser cantado ou recitado.
*   Orações dos fiéis – São orações a serem proferidas pela comunidade.
LITURGIA EUCARÍSTICA
*   É uma das partes essenciais da santa missa. – compõe-se de: OFERTÓRIO, ORAÇÃO EUCARÍSTICA E COMUNHÃO.
*   Obs: No ofertório há a oferenda dos dons, na Oração Eucarística, a Transformação dos dons, na Comunhão a consumação do Corpo de Cristo.
*   Também os antigos cristãos em suas celebrações faziam suas ofertas. Eram o fruto da terra, do trabalho de suas mãos. Levavam o que era necessário ao culto divino, e o que não era usado no altar ficava para o sustento dos pobres.
1. OFERTÓRIO: O presidente recebe os dons e de imediato faz a oferenda do pão que está na patena. Reza louvando a Deus pelo pão que é dom divino, mas também fruto do trabalho humano. O mesmo é feito com o cálice.
2. ORAÇÃO EUCARÍSTICA: antigamente conhecida por Canon. Atualmente a Liturgia oferece um número variado de Orações Eucarísticas, algumas adaptadas a determinadas circunstâncias.
Ø Após a Oração Eucarística, o Presidente convida a todos para se unam ao canto dos anjos para exaltar o Senhor. Canto: SANTO – O santo sempre foi um cântico de toda a comunidade, entoada pelo presidente, era fervorosamente cantado pela Assembléia.
Ø CONSAGRAÇÃO - Conforme a Oração Eucarística, o Pai é invocado como fonte de toda a santidade. Que santifique Ele mesmo as oferendas que já foram apresentadas.
3. COMUNHÃO: reza-se o Pai Nosso como preparação para a comunhão.
Ø Obs: a Oração dominical se torna a grande preparação para a comunhão, não somente em virtude de seu Autor, como pelo pão que pede, pelo compromisso de fraternidade no perdão mútuo.
Ø Aproxima-se a hora da comunhão. Ao perdão dos pecados se une a paz do Senhor. O celebrante deseja a paz a todos e convida a todos a fazerem o mesmo entre si.
Ø Cordeiro de Deus: Após o abraço da paz o presidente divide a hóstia em duas partes. Coloca a metade direita sobre a patena e da esquerda toma uma fração que é deixada no vinho consagrado.
Ø Após algumas orações silenciosas e pessoais, quando se prepara para a comunhão, o padre apresenta a hóstia consagrada proclamando: Felizes os que podem participar de tão sagrado alimento. (Resposta: Senhor eu não só digno de que entreis em minha morada) O celebrante comunga do Corpo e Sangue de Cristo.
Ø É iniciado o canto de comunhão e se inicia a procissão para participação da comunidade na busca da comunhão. Após isto, momentos de silêncio, ração, reflexão pessoal.
Ø Oração Final pelo Sacerdote, Comunicados, Benção Final, e Encerramento. 

Bom Trabalho a Todos.
E que Deus nos abençoe.
SEVERINO ALVES